Colômbia inspira professores

Docentes brasileiros conhecem projetos de estímulo à leitura de Medellín e Bogotá, capital do livro

Intercâmbio cultural. Professora brasileira que participou do projeto Escola de Leitores brinca de roda com alunos da escola pública Benjamín Herrera, em Medellín Foto: Paul Smith/Instituto C&A

Intercâmbio cultural. Professora brasileira que participou do projeto Escola de Leitores brinca de roda com alunos da escola pública Benjamín Herrera, em Medellín Paul Smith/Instituto C&A

MEDELLÍN — Um aluno entra na sala do diretor da escola Benjamín Herrera sendo puxado pela camisa por sua professora, que pede a expulsão do rapaz, pois ele se recusou a ler livros “chatos”. O diretor deu a ele uma tarefa: fazer uma pesquisa de campo para saber por que os jovens não queriam ler. O trabalho causou uma revolução na escola. O interesse pela leitura cresceu tanto que foi preciso construir um prédio para abrigar outra biblioteca.

O episódio aconteceu na cidade de Medellín, na Colômbia, há 20 anos, mas até hoje serve para exemplificar as dificuldades dos professores para estimular a leitura e como elas podem ser superadas.

A capital colombiana também tem práticas de estímulo à leitura e uma rede de bibliotecas públicas que podem inspirar o Brasil. Bogotá foi a primeira cidade da América Latina a ser considerada Capital Mundial do Livro, título dado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e pela indústria editorial mundial em 2007, devido a projetos de estímulo à leitura. Além dela, apenas Buenos Aires, na Argentina, detém o título no continente.

Assim como o Brasil, a Colômbia não tem bibliotecas escolares perfeitas e em número ideal, mas projetos desenvolvidos por colombianos já inspiram professores brasileiros.

O diretor da escola Benjamín Herrera, em Medellín, Oscar Mejía Henao, já esteve três vezes no Brasil para falar da pesquisa sobre por que os alunos não gostavam de ler. Descobriu que eles queriam ter mais liberdade de escolha.

— Com a investigação, os jovens derreteram, lentamente, o autoritarismo no colégio. Os professores ficaram mais sensíveis. Quando diminuíram a pressão sobre a obrigação de ler livros clássicos e escrever relatórios sobre eles, os alunos passaram a ler muito mais — disse Henao.

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Fonte: O Globo

 

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